janeiro 12, 2014

Todos querem!

      Grandes empresas de diversos ramos aproveitam o sucesso do cantores para agregarem à suas marcas uma nova identidade, a partir daquele que a divulga.

    O Hipermercado Extra, utilizou Naldo como seu garoto propaganda no ano de 2013:



  
    O Supermercado Mundial, não perdeu tempo e lançou suas Ofertas Poderosas com Anitta de menina propaganda:

Já a marca ACR Jeans, fez a linha By Anitta:


  A Grandene também investiu no sucesso da funkeira e criou a linha Prepara by Anitta:


janeiro 09, 2014

O pop é repetitivo!

          Uma internauta publicou este vídeo e podemos refletir sobre algo muito pertinente ao ser pop. Se tem uma formula utilizada mundialmente para que um produto dê certo e conquiste o maior número de pessoas possíveis. O que observamos abaixo é fruto das estratégias de grandes gravadoras, não sendo culpa do artista, até porque estes seguem regras em seus contratos.

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O termômetro pop

      Podemos medir a popularidade de um artista a partir das apropriações que seu público realiza daquilo que é por ele é produzido e pensado. Desde a forma de se vestir, falar, dançar, entre outros.




#funkpop

         

      O pesquisador Thiago Soares explica em seu artigo que a cultura popular massiva consiste em uma série de produtos da indústria cultural que são destinados ao entretenimento do público. Tendo como desenvolvimento de conteúdo musical, televisivo, editorial, entre outros; todos estes produtos têm forte cunho publicitário para que tenham sucesso rapidamente.
       No universo do funk podemos observar essas questões mercadológicas e esteticistas em dois ex-Mcs que decidiram deixar de lado o titulo de mestres de cerimônias para conseguirem inserção na mídia. Naldo e Anitta tornam-se pop ao realizarem uma transformação em seus estilos musicais, ao apostando em um som mais eletrônico para suas composições e investindo na produção de clipes e shows inspirados em pops stars como Beyonce, Chris Brown e outros artistas norte-americanos.
 Soares explica que ao individuo realizara  gravação de videoclipes em lugares que permeiam o imaginário popular como Nova York, Paris, Wall Street, Salvador, entre outros lugares. Nada mais é que deixar claro o seu desejo de conquistar o mundo, de se tornar global. Não é á toa que grandes astros do pop como Michael Jackson já fizeram gravação de um de seus clipes no Brasil. À fama de uma cidade se espalha pelo mundo através da indústria da cultura (televisão, cinema, musicas, etc.) fazendo com que seus telespectadores queiram participar desse universo que pode ser de qualquer um. Logo há um contexto de imitação e negociação dos símbolos que nos são apresentados.

“A questão do sujeito dentro do contexto pop aponta para definição que o público interpreta, negocia se apropria de artifícios e textos culturais, compreendendo-se dentro da sua experiência de roda. A questão que se descortina é a de que os produtos da cultura pop ajudam a articular normas de diferenciação dentro dos contextos contemporâneos.”

A cultura popular massiva desperta a necessidade de se ter algo que esta além de nosso mundo, transformando algo que poderia passar despercebido, em algo fantástico. Tudo isso é possível hoje e, m dia pelo desenvolvimento das ferramentas de comunicação que fazem com que tenhamos cada vez mais laços sociais com pessoas midiáticas que jamais iremos conhecer.





 

janeiro 07, 2014

A tendência

             A respeito desse sucesso, Hermano Vianna, afirmou que o mercado de funk foi criado nas décadas de 1990 e 2000 sem nenhuma ajuda da indústria cultural estabelecida, que estava preocupada com outros gêneros e dificilmente apoiaria um gênero musical nascido nos morros cariocas, pois a indústria musical geralmente beneficia e se preocupa somente com as classes mais abastadas, e principalmente com a classe média. Hermano Vianna disse também não conhecer outro exemplo tão claro de virada mercadológica na cultura pop contemporânea. 
          Como exemplos desse novo estilo dessa tendência funk, totalmente pautado na indústria cultural temos esses dois fenômenos: Naldo Benny e Anitta. Os dois abandonaram o titulo de mestres de cerimônia para terem mais acesso na mídia, por conta da discriminação que os MCs sofrem ainda. 

Naldo Benny 

 


          Ronaldo Jorge da Silva, ou simplesmente Naldo, nasceu 19 de abril de 1979. Cresceu e foi criado na Vila do Pinheiro, uma das 16 comunidades que compõe o Complexo da Mare, localizado no entorno da Baia de Guanabara. Desde a infância ja se interessava por música e revela isso nas entrevistas ao contar que sua mãe era zeladora da Igreja que ficava ao lado de sua casa. Com isso ele foi conhecendo e aprendendo mais sobre esse universo Nos anos 90, formou uma dupla com seu irmão Lula.
          Em 2005 estourou nas paradas de sucessos as música” Tá Surdo” , em seguida “A Festa é nossa”, “Me chama que eu vou” e no final de 2007 “Como Magica” que fez grande sucesso na época. A dupla era especialista em cantar funk melody, algo mais romântico e brincalhão, retratando a realidade que os cerca.    Em 2008, Lula é assassinado e Naldo muda um pouco seu estilo musical.
           Em 2011, lança seu primeiro DVD "Naldo na Veia Tour" e desde então vem colecionando sucessos. O principal é Amor de chocolate. 

 Anitta 



         Larissa de Macedo Machado nasceu no bairro de Honorio Gurgel, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. No dia 30 de março de 1993. Desde a infância foi incentivada por seus pais a cantar. Com 8 anos sua avo a levava para a Igreja, onde participava do coral infantil. Em algumas entrevistas Larissa sobre essa fase dizendo que não entendia muito bem para que estava indo aquele lugar, mas como gostava de cantar e via ali um publico, gostava do ambiente. Aos poucos foi desenvolvendo suas habilidades musicais. Durante sua adolescência, deu aula de dança na região onde mora e desde cedo já sonhava com a fama cantando e dançando. Aos 16 anos começou a postar vídeos na internet foi quando produtores a encontraram. Essa e a historia que e passada no release do site da cantora. 
      Em entrevistas Larissa revela que correu muito atrás de djs do mundo funk com single nas mãos pedindo para que sua música fosse tocada nas rádios em que trabalhavam. Passada a fase em que era sua própria empresaria. Anitta conseguiu assinar contrato com a equipe de Rômulo Costa e Priscila Nocetti: a Furacao 2000. Em 2010, Mc Anitta emplacou no cenário funk “Eu vou Ficar”, “Proposta”, “Fica so olhando” e “Meiga e abusada”. Em 2013, Anitta assina contrato com a gravadora Warner Music e lança seu primeiro álbum. Sucesso em todo o país. Regrava suas canções em ritmo pop e se torna PODEROSA com seu hit chiclete! A nova produtora resgata a essência menina da cantora ao colocar toda uma banda para acompanha-la. Ao invés de seu ritmo acelerado para as musicas, ela resgata a forma lírica de cantar em capela e pausadamente. Melody? Talvez. Mas em suas classificações de gênero musical o que prevalece é o pop.

#funkostentação

         Ao longo dos anos 2000 também surgiu um novo estilo de funk:o de ostentação. Que tem suas letras voltadas para assuntos como ouro, roupas de marcas, carros de luxo, mulheres e bebidas. Os Mcs mais conhecidos são Mc Pocahontas, Mc Menor do Chapa, Mc Beyonce, entre outros.



Documentários

Rio Funk - 1994 


 

Gênero: Documentário
País: BRA
Diretor: Sérgio Goldenberg
Sinopse: O universo do funk carioca, suas ligações com a marginalidade, a música e a dança de uma tribo que criou no isolamento um código estético e cultural. Tudo isso está registrado neste documentário. O ritmo funk chegou ao Brasil nos anos 1970 e, com o rap, o break e todas as derivações do hip-hop norte americano, foi incorporado pela população das favelas e dos bairros pobres do Rio de Janeiro. Hoje, em 2007, 13 anos depois das filmagens de Sérgio Gondenberg, esse consumo se expandiu por todo o país e chegou aos jovens das classes mais privilegiadas. De quarta a domingo, cerca de 300 bailes - reunindo no total mais de 500.000 pessoas - são realizados em todo o estado do Rio. A festa, essencialmente carioca apesar do ritmo importado, não existe em nenhum outro lugar do mundo. Na pista de dança há pouca gente sozinha e passos de break se combinam a trenzinhos e coreografias improvisadas. Imitações de bonés americanos e bermudas fazem o figurino dos homens; enquanto as mulheres se exibem em shortinhos e mini-blusas, embaladas pela voz dos cantores de rap que encaram a façanha de imitar rappers americanos sem saber falar inglês.

  Sou feia, mas tô na moda - 2005


   
Gênero: Documentário 
Duração: 52 Minutos 
Classificação Etaria: 18 Anos 
Sinopse: Percorrendo bailes funk durante um ano com uma equipe reduzida, Denise Garcia documentou as performances e o dia-a-dia de artistas que estão fazendo o movimento do funk carioca atualmente, como Cidinho e Doca, DJ Marlboro. O documentário foca, em especial, as mulheres do movimento, como as funkeiras Deise da Injeção, Vanessinha Pikachú, Tati Quebra-Barraco e diversos "bondes" de meninas.

Favela Bolada - 2009

 


Gênero: Documentário
Duração: 85 Minutos
Classificação Etaria: 18 Anos
Sinopse: Em julho de 2004, Leandro HBL iniciou uma pesquisa em algumas favelas do Rio de Janeiro, em busca da cultura musical em torno do funk carioca ali estabelecida desde a década de 1970. Esta pesquisa deu origem ao longa-metragem Favela On Blast. O documentário busca, por meio de entrevistas, encontros e vivências junto aos “funkeiros” , montar um quebra cabeça improvável da cultura popular. Favela On Blast foca o Baile Funk no Rio de Janeiro: sua música, seus personagens e a favela–local onde nasceu e onde, geralmente, acontece.

#funkerótico

         Ao final da década de 90, além de todas as variantes acima, surgiram músicas com conotação erótica. Essa temática, caracterizada por músicas de letras sensuais, por vezes vulgares, que começou no final da década, ganhou força e teria seu principal momento ao longo dos anos 2000. Um dos destaques dessa fase e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema é a cantora Tati Quebra Barraco, que se tornou uma figura das mulheres que demonstram resistência à dominação masculina em suas letras, geralmente de nível duvidoso, pondo a mulher no controle das situações e as alienando. Algumas letras eróticas e de duplo sentido, normalmente desvalorizando o gênero feminino, também revelam uma não originalidade, ao copiar outros estilos musicais populares no Brasil, como o Axé music e o forró.


#funkproibido

       Paralelo “a isso, uma nova corrente do funk ganhava espaço junto às populações carentes: o “proibidão”“. Normalmente com temas vinculados ao tráfico, os raps eram muitas vezes exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os alemães (gíria também usada para denominar as galeras inimigas). Normalmente as músicas eram cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas rádios comunitárias. Os Mcs mais conhecidos desses estilo de funk são: Mc Frank, mc Smith, Mc Mascote, Menor do Chapa,entre outros.


#funkmelody

         Em meio a isso surgiu uma nova vertente do funk carioca, o funk melody, com músicas mais melódicas e com temas mais românticos, seguindo mais fielmente a linha musical do freestyle americano, alcançando sucesso nacional, destacando-se nesta primeira fase Latino, Copacabana Beat, MC Marcinho, entre outros. 
       A partir de1995, o rap, que até então eram executados apenas em algumas rádios, passaram a ser toca dos inclusive em algumas emissoras AM. O que parecia ser um modismo "desceu os morros", chegando às áreas nobres do Rio. O programa da Furacão 2000 (inspirado no programa americano Soul Train) no canal de televisão CNT fazia sucesso, trazendo os destaques do funk, deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro, ganhando uma edição nacional. Além disso, muitos artistas passaram a se apresentar no programa Xuxa Park, apresentada pela apresentadora Xuxa. Artistas como Claudinho e Bochecha, entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo's, Cashbox, e outras.


 

Lado A e Lado B

                 Com o aumento do número de raps/melôs gravadas em português, apesar de quase sempre utilizar a batida do Miami Bass, o funk carioca começa a década de 1990 formando a sua identidade própria. As letras refletem o dia-a-dia das comunidades, ou fazem exaltação a elas (muitos desses raps surgiram de concursos de rap promovidos dentro das comunidades). 
                 Em conseqüência, o ritmo fica cada vez mais popular e os bailes se multiplicam. Ao mesmo tempo o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito. Não só por ter se popularizado entre as camadas mais carentes da sociedade, mas também porque vários destes bailes funk eram os chamados bailes de corredor, onde as galeras de diversas comunidades se dividiam em dois grupos, os lados A e B, e com alguma freqüência terminavam em brigas entre si (resultando em alguns casos em vítimas fatais) que, acabavam repercutindo negativamente para o movimento funk. 


O nascimento

        Nascido nos anos 70, com a influência do funk norte-americano que mesclava ritmos típicos da comunidade negra, como soul e jazz, o funk carioca possuía seu refúgio no Canecão e era presidido por Big Boy e Ademir Lemos. Milhares de pessoas, em sua maioria, vindas da Zona Norte da cidade, iam apreciar esse ritmo novo que chegava. O “Baile da Pesada”, como era chamado, estes encontros aconteciam próximo de seus freqüentadores: no Ginásio do América ao Cascadura Tênis Clube. Alguns seguidores de Big Boy resolveram montar suas próprias equipes; não se sabe ao certo qual foi à primeira, mas as pioneiras, de acordo com Hermano Viana, foram Revolução da Mente (uma homenagem ao disco de James Brown, Revolution of The Mind), Uma mente numa boa, Atabaque, Black Power e Soul Grand Prix. [essa história está muito rápida...] 
         Passado a euforia dos anos 70 no Brasil onde a Era Disco reinou, assim como em todo o mundo, segue os anos 80 onde o rock nacional ganha destaque com diversas bandas e o movimento BRock direcionado a classe média; concomitante o funk, junto com charm, continuam a ser o ritmo das zonas menos favorecidas. Nesse mesmo período surge nos Estados Unidos a Miami Bass que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas, como descreve Simone Sá, 
“(...) música de batidas pesadas e versos curta, mais acelerada e menos engajada politicamente do que o hip hop. Além de dezenas de alto falantes empilhados, utiliza-se de graves de freqüências muito baixas (abaixo de 60 HZ) que normalmente são removidas na hora da mixagem, produzindo um som poderoso, que mexe com o corpo na pista.” (SÁ,2007, p.7) 
 Até então, o baile era animado ao som de música norte-americana, não se produzia nada nacional. Assim como explicou Fernando Luiz Mattos da Matta, mais conhecido como DJ Marlboro: 
“Só tocava música estrangeira... só tocava internacional nos bailes... Alguns eram instrumentais e outras eram com letras... quando você tocava uma música, instrumental, às vezes os refrões eram cantados... são os BGs das músicas... o lado B dos discos.” (SÁ, 2007, p. 7).